segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Outro dia passei a observar a expressão das pessoas durante seu trajeto em um ônibus de São Paulo. Todas pareciam cansadas, quando não estavam dormindo! Uma expressão desanimada, consternada, sem vida. Os que estavam acordados olhavam para o nada, sem muitas perspectivas. Os que estavam dormindo, apoiavam a cabeça no vidro ou deixavam-na pendendo. Uma visão triste. Fez-me pensar no que essas pessoas estão sentindo. Frustração com a vida? Com o trabalho? Com a família? Going deeper, qual o sentido da vida dessas pessoas? Não quero julgar nem comparar a qualidade de vida das pessoas aqui, mas é algo incômodo de se ver.

Acho que o desânimo está assolando a população, ninguém acorda feliz, agradecendo por mais um dia de vida. Bem, talvez esteja fazendo um julgamento errôneo, mas com base nos rostos daquelas pessoas, não vi bom humor algum. E o mesmo ocorre ao voltar para casa. Ao final da tarde, a mesma cena. Devo me perguntar: qual o sentido disso tudo, então? Viver para a amargura? Isso soa meio dramático, eu sei. Também sei que momentos felizes são ótimos, e sempre teremos alguns entre os momentos de tensão. Mas é isso?

Talvez devamos nos manter sobre essa fina camada de prazer que cobre um mar de melancolia. Se essa camada efêmera não foi suficiente, o que será?


É bem provável que nunca descubramos. E é bem provável que nada mude até a hora de dizer adeus a tudo. O pior de tudo é nunca saber quando essa hora vai chegar.